No dia 25 de agosto, por volta das 14h, três mulheres militantes de movimentos sociais (duas do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra - MST e uma do Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA) foram presas no Acampamento Santo Antônio, em Umburanas, na região de Senhor do Bonfim, Bahia. A prisão foi motivada pela desocupação da Fazenda Campo Alto, de suposta propriedade de Carlos Gilberto Cavalcante Farias, também acionista de uma grande empresa da região, a Agrovale, que hoje tem cerca de 30 mil ha de cana irrigada.
Há mais de quatro anos, a área está ocupada pelo MST. Atualmente, as vinte famílias de agricultores que ocupam a área, produzem mamona, feijão, milho, mandioca e verduras, e criando pequenos animais, de forma sustentável e agroecológica.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA já fez todo o processo de vistoria e avaliação e deu a área como improdutiva, aguardando o decreto, com recursos assegurados para pagar a indenização. Entretanto, o proprietário entrou com uma medida de efeito suspensório, que foi acatada pela 7ª Vara Federal, localizada em Campo Formoso. É lamentável que o juiz não teve o cuidado necessário com as famílias, como teve com o suposto fazendeiro.
No último dia 8 de julho, foi feita uma reunião com a participação de dois membros da Casa Militar: Tenente Coronel Manoelito e Capitão Martins; e o Tenente Comandante da 1ª Companhia de Senhor do Bonfim. Estiveram também presentes, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Senhor do Bonfim, Sindicato dos Servidores de Senhor do Bonfim, MPA, Comissão Pastoral da Terra, Pastoral da Juventude do Meio Popular e o MST.
Nessa reunião, foi acordado um prazo para finalizar a colheita de algumas culturas e a saída pacífica dos trabalhadores da área, até que o INCRA desse o resultado final. No entanto, seguindo ordens truculentas da Oficial de Justiça da Vara Federal de Campo Formoso, um Pelotão da Polícia Militar, identificou e prendeu três lideranças dos trabalhadores, numa tentativa de fragilizar e criminalizar os movimentos sociais.
Os movimentos sociais, principalmente o MST e o MPA, estão buscando providências cabíveis e necessárias para a resolução do conflito.
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