Sabtu, 05 November 2011

Polêmica em Nordestina – Professor reage à falta de quórum na Câmara e vereador manda que ele se mude da cidade

Tudo começou quando o professor, frequentador assíduo das sessões que acontecem ás sextas-feiras no final de tarde, chamou atenção e mobilizou os moradores do município por meio das redes sociais para participarem dos trabalhos do poder legislativo, pois inúmeras vezes era o único presente na plateia, que o deixava muito triste.

A indignação de Varjão foi ao extremo, quando no mês de outubro, mais precisamente nos dias 07, 14 e 21, não houve sessão por falta de vereadores no plenário, consequentemente não dando quórum. “Um servidor público se faltar no seu trabalho com toda certeza, e acho justo, será descontado seu dia de trabalho. Mas, será que o vereador que não compareceu as sessões no mês de outubro de 2011 vão ficar sem receber seus salários?”, questionou Varjão.

Em contado com o CN, amigos relataram que o professor contou que escreveu uma crônica, externando sua opinião e enviou para todos os seus amigos por meio das redes sociais. “A ideia dele era sensibilizar os vereadores para que faltassem menos e convencer a população a frequentar mais vezes as sessões e assim avaliar o trabalho de cada um dos vereadores”, justificou Paulo Lopes, um nos internautas que recebeu a crônica.

Quando o assunto começou a circular, os vereadores anteciparam a última sessão do mês para quinta-feira (27), pois no dia seguinte não haveria atividade por ser a data comemorativa aos funcionários públicos, encerrando o mês, caso não houvessem antecipado, sem realizar uma sessão.

A ação do professor provocou uma reação dos vereadores Temivaldo Amambahy Guimarães, (PR) e Júlio Cavalcante de Almeida, “Julinho”, (PMDB).

Segundo informações, o vereador Julinho, ao usar da palavra, solicitou do presidente da Câmara Marcos Batista de Souza (PSB), que os seguranças da casa revistassem o professor, um dos únicos do auditório, pois poderia estar armado e querer atingir os parlamentares, mas o pedido foi negado. Mesmo com dificuldade, pois estava sem óculos, o parlamentar fez a leitura do artigo 31, Lei Orgânica, que trata da composição da Câmara de Vereadores.

O parlamentar questionou sobre a possibilidade de o professor estar com problemas psicológicos, ao citar que ele tem frequentado as sessões e dizer que nunca viu os vereadores aprovarem projetos. “Dizer que um projeto de lei que deu entrada hoje e só daqui a quarenta e cinco dias vamos aprovar, não é verdade. ‘Entonce’, eu acho que essa pessoa, a mente dele esta um pouco doente e essa pessoa precisa de um médico ou de quem tenha mais instrução para essa pessoa”, desabafou Julinho.

O vereador Temivaldo foi mais além, quando disse que a crônica enviada via internet foi um despeito aos vereadores e entendia que o professor era um “formado” despreparado, desenformado e que não tinha o que fazer na vida. “Wanderson, acho que os vereadores nunca fizeram nada de errado a você pra que tivesse esse despeito tanto grande. E na verdade se você está se sentindo ofendido na nossa cidade, sua cidade é Queimadas, vá embora pra lá. Se é que você fala também que se sente envergonhado na nossa cidade, então é isso que eu quero dizer. Então procure o que fazer para ocupar sua mente, esqueça o nome dos vereadores, é só isso que eu tenho pra falar”, concluiu o parlamentar republicano.

Para justificar a ausência dos vereadores na sessão, o vereador Alonso Reis Moura e Silva (PR), disse que os parlamentares não trabalham apenas na sessão é durante toda semana, inclusive sábados, domingos e feriados estão prestando serviço à comunidade.
O assunto parece crescer e amigos do professor garantem que ele irá voltar à sessão nesta sexta-feira (04), após tentar em vão o direito, baseado no artigo 5º Constituição Federal Art. 5º – IV, que diz ser livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato, o direito de usar a tribuna para esclarecer o ato de postar a crônica nas redes sociais e garante que em momento algum denegriu a imagem dos vereadores.

Na quinta-feira (03), foi enviado um pedido requerendo o direito de se defender no plenário das calunias e do ato discriminatório, mas o pedido foi negado pelo presidente da Câmara Marcos Batista de Souza.

CN

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