Retinopatia diabética aparece em 100% dos portadores e pode cegar
De acordo com a International Federation of Diabetes (IDF), a estimativa é de que mais de 2,5 milhões de pessoas no mundo estão afetadas pela retinopatia diabética. No dia em que as consequências do diabetes na saúde são alertadas em todo o mundo - 14 de novembro - o oftalmologista especializado em retina mo Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Sérgio Kniggendorf, insiste que todo o diabético precisa fazer acompanhamento oftalmológico assim que receber este diagnóstico. "Em 100% dos casos de diabetes a retinopatia irá se desenvolver", informa.
A retinopatia diabética ocorre por que há um estreitamento dos vasos sanguíneos da retina, no fundo do olho, além de enfraquecimento da sua parede e precisa ser tratada. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que mais de 75% das pessoas que têm diabetes mellitus há mais de 20 anos sejam portadoras de retinopatia diabética. Já o International Federation of Diabetes destaca que os portadores de diabetes Tipo 1 devem procurar o oftalmologista em até cinco anos após o diagnóstico recebido. Os diabéticos Tipo 2, devem buscar orientação oftalmológica no momento em que recebem o diagnóstico de deficiência de produção ou de ação da insulina, o que caracteriza o diabetes.
A cada 10 segundos, conforme o International Federation of Diabetes, duas pessoas desenvolvem o diabetes no mundo e a expectativa é de que até o ano 2025 o maior aumento de ocorrências da doença será em países em desenvolvimento.
Controle - Segundo Kniggendorf, a retinopatia diabética ocorrerá mesmo com a glicemia controlada, e a isquemia e o edema têm que ser tratados antes que o diabético perceba suas consequências. "A luta do oftalmologista diante de um paciente diabético é para impedir que a retinopatia evolua para a perda da visão, causada pela proliferação dos vasos anormais e doentes, pelo edema macular e o descolamento de retina", declara.
O médico do HOB salienta que aqueles que mantém a glicemia controlada terão uma progressão lenta da retinopatia, já aqueles que não a controlam, enfrentarão o problema antes.
Mesmo sem sintoma de retinopatia diabética, todo o diabético deve ir uma vez ao ano no oftalmologista, "mas não para fazer exame comum, é fundamental sinalizar que precisa fazer exame de fundo de olho", aconselha o médico. Ele alerta que algumas vezes a visão é 20/20, ou seja, considerada normal, e já há lesão na periferia da retina requerendo tratamento
Disfarce - O diabético, não operado de catarata, deve estar com a glicemia controlada quando vai ao oftalmologista, do contrário, erros de prescrição de óculos poderão ocorrer. Ocorre que a glicemia alta, descontrolada provoca inchaço do cristalino e, em alguns casos, leva ao embaçamento temporário da visão e pode alterar o grau dos óculos, explica Kniggendorf.
Mais Informações:
Assessoria de comunicação do HOB
Teresa Cristina Machado / José Jance Marques
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