Selasa, 17 November 2009

BAHIA: Produtores de sisal ameaçam fechar rodovias




Em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira, o deputado estadual Sérgio Passos (PSDB) denunciou o caos que se abateu sobre a economia sisaleira depois que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deixou comprar a produção do sisal. Segundo Passos, a ausência de Conab trouxe de volta a figura do atravessador que, na maioria de vezes, oferece preços irrisórios, o que leva os pequenos produtores a situação de falência.
O parlamentar anunciou que, caso perdure essa situação, os produtores de sisal ameaçam fechar várias rodovias na região de Jacobina, Campo Formoso e Conceição do Coité. Passos disse ainda que, se o governo não tomar nenhuma medida, os produtores estão ameaçando queimar o sisal sobre o asfalto das estradas que cortam esses municípios.
“Não queremos que chegue a tanto, pois teremos dois prejuízos: a queima da produção e a destruição das estradas, mas, não podemos ficar de braços cruzados diante dessa situação”, comentou.
Durante o discurso, Passos foi aparteado pelo deputado Adolfo Menezes, que ratificou as palavras do colega, lembrando que em Campo Formoso a “Conab deu um verdadeiro calote nos produtores daquela região”. Menezes lembrou que clima é tenso, e que os sisaleiros estão revoltados com o não cumprimento do acordo assumido pela Conab.
Sérgio Passos lembrou que o PIB do sisal na Bahia foi de US$ 150 milhões em 2008. Deste valor, US$ 100 milhões foram para exportação, seja da fibra bruta ou de produtos manufaturados, como cordas agrícolas. Em 2009, porém, o setor registrou, de janeiro a julho, queda de 26% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado.
Diante deste contexto, o preço mínimo do sisal, que era de R$ 1,04, passou para R$ 0,74. A intervenção da Conab estava garantindo a manutenção do preço anterior e vinha dando condições de sobrevivência ao produtor baiano. A Conab havia garantido a disponibilizado R$ 1,6 milhão para a compra de sisal, porém, neste último mês, sem nenhuma explicação, simplesmente deixou de comprar o sisal, causando enorme prejuízo a unidades produtores como Conceição do Coité, Valente, Santa Luz, Retirolândia, São Domingos, Campo Formoso, Jacobina, Várzea Nova, Ourolândia e Mirangaba.

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