*Josemar Santana
Nossos governantes sempre tiveram preferência por impor ao povo as cores que adotam como marketing de campanha ou de seus partidos, misturando marketing pessoal com marketing de governo, de tal sorte que chegam a impor a sua vontade com determinação ditatorial.
Na tentativa de burlarem o princípio da impessoalidade, dispositivo constitucional presente no art. 37 da nossa Lei Maior, alguns chegaram a promover propaganda subliminar, disfarçando, em certos casos, as iniciais de seu nome, adaptados ao nome que deram a seus governos.
O ex-governador ACM utilizava as suas inicias para denominar o seu governo de Ação, Competência e Moralidade, estimulando os prefeitos baianos, a partir daí, a seguirem o seu exemplo, como ocorreu na região de Senhor do Bonfim, quando um prefeito pegou as iniciais de seu nome, as letras HP e denominou o seu governo de Humanismo e Progresso.
Outro, da mesma região, utilizou as iniciais de seu nome, LPM e denominou o seu governo de Liberdade, Progresso e Moralidade. Mais outro, também utilizou as iniciais de seu nome, EA e denominou o seu governo de Eficiência Administrativa. Apenas este último sofreu condenação em ação judicial de improbidade administrativa, proposta pelo Ministério Público.
Apesar disso, costumavam e muitos ainda seguem os maus exemplos e pintam prédios e outras obras públicas com as cores de suas campanhas ou de seus partidos. Em Bonfim já houve época do azul e branco, do verde, amarelo e vermelho, do vermelho e branco e assim por diante.
Trata-se, evidentemente, de prática estúpida e desonesta, porque estiveram ou ainda estão utilizando recursos públicos, portanto, recursos do povo, para promoverem suas marcas pessoais, em muitos casos, promovendo o aparelhamento partidário das instituições públicas.
O maior mau exemplo dessa prática reprovável esteve presente durante os oito anos do governo do ex-presidente Lula, que adotou não apenas as cores do seu partido, o vermelho, mas, também, procurou utilizar estrelas vermelhas nos jardins do Palácio do Planalto e na Granja do Torto (residências oficiais do Presidente da República), além de utilizar dissimuladamente as inicias do Partido dos Trabalhadores (PT), denominando o seu governo de Brasil Para Todos, dando a entender que o Brasil é todo PT (Para Todos).
Em Senhor do Bonfim a petização dos bens públicos está presente nas esferas municipal e estadual. E nesse caso, justiça seja feita, não há o mau exemplo dado pelo governo estadual, que se mantém utilizando as cores oficiais do Estado, quais sejam, azul, vermelho e branco.
O puxa-saquismo exacerbado, entretanto, praticado por dirigentes de órgãos públicos, especialmente, na área educacional, vem implantando fardas vermelhas em escolas estaduais (a tradição nacional era de fardas azul e branco, tanto em colégios públicos, como em particulares – Maristas, Sacramentinas, Estadual etc), pintura em vermelho no prédio sede da Direc, pintura vermelha em escolas do Estado etc.
Em nível municipal a situação é parecida, mesmo não tendo ainda alcançado a pintura de prédios públicos, ficando, em alguns casos, limitados a fardas escolares, mas há em jardins e praças a presença marcante de vermelho nas calçadas, inclusive, com a instalação de estrelas vermelhas em jardins, como se vê na rotatória de ligação entre a Avenida Antônio Laurindo e a Praça Nova (conhecido local do antigo Relógio Público, ali instalado nos anos 60 pelo Rotary Club).
A própria logomarca do Governo Municipal apresenta uma estrela vermelha com um rabo semelhante ao rastro de um cometa em movimento, desprezando dispositivo da Lei Orgânica do Município que impõe o uso de cores oficiais do município em seus bens.
É a DITADURA DA COR E DA ESTRELA que se impõe desonesta e desavergonhadamente, com utilização do dinheiro público, financiando o aparelhamento político-partidário dos bens do povo.
*Josemar Santana é jornalista e advogado
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